14 de fevereiro de 2015


Sei a data. E a hora. E sei da dor. Mas não conto o tempo em que a Vida se encarregou de levá-los. Cresci me perguntando por que não eu e nem hoje, muitos anos depois, encontro uma resposta que satisfaça, não muinha curiosidade, mas uma explicação para tanta solidão. Já não importa. O tempo venceu o tom das vozes, os gestos e os aromas da pele. Deixei de ser filha do pai, da mãe e irmã para ser órfã. Mas não deixei de Amar e de me sentir amada.

7 de fevereiro de 2015


O mundo não precisa de mais médicos, ou enfermeiros, ou curandeiros, padres ou pastores. Economistas, cientistas, tecnólogos ou embaixadores. O mundo precisa de escritores que sejam escritores. De homens que tenham na própria vida o maior exemplo de lealdade e dignidade. De homens que escrevam da vida não uma linda história de amor com um final feliz para uma princesa, um príncipe e seus filhos ricos e lindos, mas que nos ensine a conviver com as diferenças, a enfrentar nossos medos, a brigar por nossos direitos, que nos provoque a ira e a revolta mediante as injustiças e que também saiba ser terno e cuidadoso, e que nos abrigue como um bom amigo que nos acolhe nos nossos piores momentos.

Quando a carne da carne da gente tem a carne exposta, e sangra, o que é cicatriz nunca mais é cura, ou alívio. Para sempre ferida. E dor.