12 de outubro de 2016



E volto ao tempo das múltiplas janelas na imensidão da paisagem e do olhar perdido pela ânsia da compreensão. A imagem em sintonia com a diagramação, e a composição em harmonia com as palavras, decodificavam um sentido para a Vida. A minha. E a de muitos. Uma viagem. E uma aprendizagem. Lição que eu tão bem depreendia, e trazia para dentro, e sempre que possível, estava lá, aplicando. Era tão fácil. Ler e apreender. Exercitar e executar.

Nem saudade. Nem nostalgia. Talvez alegria, omitida. E magia. Ainda me sinto passageira daquela paisagem. E quanto a isso ninguém pode fazer coisa alguma. Nem contra. Nem a favor. E assim, vou driblando os dias, o tempo... sorrindo e permitindo que a vida também sorria para mim.

3 de maio de 2015


Partir sem se despedir. Chorar sem molhar os olhos. Amar sem pecar. Sentir sem consentir. E sofrer sem sangrar __________________________ Está tudo lá. Guardado a fundo no imenso cofre de sua existência. Ninguém vê. Ninguém sente. Ninguém a compreende.

2 de abril de 2015


Na penumbra, o mais perfeito dos silêncios. Palavras de viagem. Sem ponte falsa, nem passagem tortuosa. Nenhuma palavra nomeia o dicionário que me faz sentir inteira. E completa. Lugar onde escondo os dedos sujos de tinta e voo com os pássaros.

14 de fevereiro de 2015


Sei a data. E a hora. E sei da dor. Mas não conto o tempo em que a Vida se encarregou de levá-los. Cresci me perguntando por que não eu e nem hoje, muitos anos depois, encontro uma resposta que satisfaça, não muinha curiosidade, mas uma explicação para tanta solidão. Já não importa. O tempo venceu o tom das vozes, os gestos e os aromas da pele. Deixei de ser filha do pai, da mãe e irmã para ser órfã. Mas não deixei de Amar e de me sentir amada.

7 de fevereiro de 2015


O mundo não precisa de mais médicos, ou enfermeiros, ou curandeiros, padres ou pastores. Economistas, cientistas, tecnólogos ou embaixadores. O mundo precisa de escritores que sejam escritores. De homens que tenham na própria vida o maior exemplo de lealdade e dignidade. De homens que escrevam da vida não uma linda história de amor com um final feliz para uma princesa, um príncipe e seus filhos ricos e lindos, mas que nos ensine a conviver com as diferenças, a enfrentar nossos medos, a brigar por nossos direitos, que nos provoque a ira e a revolta mediante as injustiças e que também saiba ser terno e cuidadoso, e que nos abrigue como um bom amigo que nos acolhe nos nossos piores momentos.

Quando a carne da carne da gente tem a carne exposta, e sangra, o que é cicatriz nunca mais é cura, ou alívio. Para sempre ferida. E dor.

3 de janeiro de 2015


Em linha reta, do sono ao sonho, o Poema deixa um rastro de serenidade e no despertar à realidade de um novo dia, ou poesia, o sorriso agradecido recompensa o sonho adormecido. E a impressão que tinha era que o Poema inteiro cabia apenas num único verso...

23 de dezembro de 2014


Quando somos dominados pelo medo, ou pela solidão, pela saudade na ausência de pessoas que amamos, ou pelo sofrimento, angústia ou problemas que julgamos sem solução, agradecemos a Deus os pequenos gestos que estão presentes na nossa vida. O conforto de uma mão amiga, ou uma demonstração de carinho e solidariedade, um estímulo sutil, ou um abraço carinhoso... às vezes, a dor, através de suas nuances e anomalias, o diferente e a diversidade, o DiVerso, ou a leitura de um Poema, ou muitos, existem por uma causa nobre... para salvar nossas vidas. Pode parecer estranho, mas não deixa de representar uma verdade. A minha verdade!

17 de dezembro de 2014


Umas vezes flor, outras vezes paisagem, muitas vezes sombra... nunca luz num Poema.